30.8.05

quando a lucidez se torna insuportável...

sempre precisei de um pouco de atenção/ acho que não sei não quem sou/ só sei do que não gosto... os assassinos estão livres/ nós não estamos...

pois é... quem tem minha idade (ou um pouco menos) já passou uma tarde adolescente chorando a vida ao som dessa música...
e andréa doria, então?! quero ter alguém com quem conversar/ alguém que depois/ não use o que eu disse/ contra mim... deve ser desejo de todos, em qualquer idade... continua sendo o meu... e cada dia mais... queria alguém pra abraçar, alguém que depois de abraçado não deixasse de atender ao telefone ou passasse por mim sem me ver... utopia?! sim, ninguém mais se importa a não ser consigo próprio... esqueceram que a felicidade pode estar em doar-se ou apenas em receber... e quem se importa?

fiquei sem vontade de escrever... é que antes, quem lia tudo por aqui estava a um clic no mouse... um delete e pronto! eu, protegida por essa distância virtual... simples e eficiente... as pessoas não machucam virtualmente (quer dizer, talvez machuquem, mas nossas defesas são mais eficientes e mais rápidas...)

quando eu perdi a minha fé (a fé de que as pessoas receberiam de volta o mal que me fazem)... minha lucidez, antes embaçada de fé, saltou-me aos olhos... NINGUÉM SE IMPORTA!..
alguém poderia cuidar do outro? alguém poderia acordar, um único dia, e dizer: hoje vou viver para delicadamente cuidar do outro? alguém poderia buscar abrandar sua dor cuidando das feridas do outro? e para quê, pergunto eu? para ser apunhalado assim que se sentisse confortavelmente entregue?.. viver é um absurdo! um NADA absoluto preenchido pelo desejo de se tornar cada dia um mestre no pior! vinganças amargas direcionadas a alvos inocentes...
as pessoas têm excesso de memória!

não, não é depressão... só queria que por um dia, VOCÊ, rompesse o círculo vicioso dessa falta de vida... aceitasse... como eu aceito!.. sou um ser muito frágil... mas não perco a chance por medo de me desfazer em milhões de pedaços... sem defesas, darling... cultivo uma péssima memória...

Nenhum comentário: