7.11.11

(dez)encontros

 I
ele  - o que você está olhando?
ela respira fundo - eu não devia ter vindo...
ele - bom, não foi isso que eu perguntei...
ela - escuta, isso tudo já está muito bem resolvido aqui dentro, ok?! e já faz tempo! gosto de você como um irmão...
ele - você olha assim para o seu irmão?
ela - não! não há nada nele que me atrai e...
ele - e?
ela levanta subtamente, pega a bolsa - definitivamente, eu não devia ter vindo - bate a porta atrás de si... na rua, a chuva fina lava seus pensamentos delicadamente sem deixar escorrer a fantasia que tinha vestido para essa noite: eles conversariam, muito... relembrariam as noites de festa, as noites em claro, a noite na rede... então ele chegaria bem perto dela, arrumaria gentilmente uma mecha de cabelo atrás da orelha dela, olharia no fundo dos olhos dela e a beijaria...
ele sozinho, pega o violão e dedilha a canção que fez para ela... quem sabe um dia ele criaria coragem e... tocaria a canção para ela que ouviria com um irresistível sorriso nos lábios, os braços cruzados sobre as pernas cruzadas, um pedaço do colo a mostra e... ele a abraçaria forte, e nunca mais a deixaria ir...

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