29.5.10

filosofia e pérolas aos porcos!

"se uma árvore cai em uma floresta e ninguém está por perto para escutá-la, mesmo assim ela faz barulho?"

li essa frase em um conto da Lauren Myracle - "o buquê" em Formaturas Infernais - um desses livros de literatura fantástica, coletanea de contos com zumbis, vampiros, demônios e Stephenie Meyer pra salvar o desastre total que é a pobreza da literatura americana da atualidade! - e não muito diferente dos viancos brasileiros... aliás, por que essa mania de narrar em primeira pessoa?!?! patético!!

tinha ouvido essa frase recentememte e não me lembrava onde, então a lancei no oráculo google para que ele  refrescasse minha memória. CSI - hum?! filosofia na investigação forense! continuando as buscas... com a curiosidade aguçada pelas respostas adolescentes que encontrei nos sites...

sempre segue-se um " É ÓBVIO!" -  que saudade quando essa expressão era usada pela Emília no sítio do pica-pau amarelo! ela era de pano, sabia exatamente pq existia: alguém me criou e estou aqui! É ÓBVIO! ai, ai, ai.... como os adolescentes tratam questões fisóficas tão superficlamente?!ah, sim... ninguém conversa com eles...

desmistificando o óbvio!



beijo e queijo e filosofia não faz mal a ninguém e vamos aproveitar a deixa e melhorar a conversa com a gente jovem que está precisando exercitar a cabecinha... recomendo!

16.5.10

Diário de Bordo de Alta Floresta e Festival de Teatro da Amazônia Mato-grossense - parte II

06/04 – (terça-feira, noite) – fomos todos de micro-ônibus até o centro cultural onde aconteceria a abertura do festival pela grupo prata da casa e organizador o evento... algumas pessoas eu conheci na piscina e no jantar, mas rapidamente... o momento ônibus foi para as apresentações oficiais e início do estreitamento dos laços... Hélvio comandou as apresentações.


chegando ao Teatro do Centro Cultural de Alta Floresta, primeiro estranhamento: a praça – muito árida para quem está no meio da floresta, mas... depois fiquei sabendo que o complexo era novinho em folha, o teatro tinha acabado de ser inaugurado... em seguida, o público! o teatro estava lotado, pessoas procuravam por ingressos na última hora pediam para entrar, arrumar um lugar.... naquele momento eu imaginei que todo aquele interesse era para ver parentes e amigos em cena...
não vou comentar o espetáculo... quando pensei em escrever esse diário de bordo já havia decidido que contaria apenas minhas impressões de um lugar distante da minha realidade de interior paulista... a relação entre espetáculos e artistas do festival não existe sem o vínculo emocional criado nos dias de convívio... portanto, se não há imparcialidade, não há crítica!
após o espetáculo, fui dormir... na manhã seguinte começaria meu curso...

07/04 – (quarta-feira) – 6h30 da manhã, ouvi a revoada de araras na janela... inacreditável! todas as cores (estamos geograficamente na fusão do cerrado com a floresta, portanto temos fauna e flora das duas regiões)... não pude ir ver o macacos que ficavam brincando na mata no fundo do hotel... era dia de trabalho!.. o curso foi melhor do que eu esperava, as pessoas muito receptivas... na verdade, foi fantástico! a tarde, espetáculo com amigos do interior paulista e... novamente o ônibus! rs... com mais gente nova chegando e sendo apresentada... o ônibus era nossa roda de troca!














após o espetáculo, Agostinho nos levou para o avião que fica na praça e faz parte do complexo do centro cultural... o avião, que serviu às forças americanas na segunda guerra, foi doado ao Brasil pelo EUA e usado na cidade na época do garimpo... restaurado, é uma parte da história da região. Agostinho fez um relato muito rico sobre a história do mato grosso, do garimpo... sobre o restauro do avião... inacreditável a realidade que se apresentou... a cidade já havia tido 120 mil habitantes em épocas de garimpo... as histórias do garimpo são tristes... e resumirei tudo na fala de Agostinho: “o garimpo deixou feridas sociais e ambientas difíceis de cicatrizar”... fiquei chocada ao descobrir que o próprio governo federal foi responsável derrubada da floresta: só era fornecido financiamento (pelo bb) quem já tivesse derrubado todas as árvores... sabem como se faz isso? dois tratores e uma corrente grossa, arrasta tudo para uma pilha e ateia fogo... os animas morrem ali na pira... saber de tudo isso na aula de história é uma coisa, ouvir isso olhando para aquela paisagem....
terminamos a tarde assistindo a um curtametragem totalmente produzido na cidade! histórias do garimpo...
a noite foi a vez do canfudó do amauri...novamente o centro cultural lotado, e... a sessão foi dobrada! isso mesmo, o interesse do público foi tanto que houve necessidade de abrir outra sessão... demais, não é! Alta Floresta tem pouco mais de 30 mil habitantes... teatro recém-inaugurado e tanto sucesso...
depois do espetáculo fui a um barzinho com os companheiros caipiras (matando saudades de amigos da cidade vizinha lá no norte de mato grosso?! isso é vida de artista...) e voltamos a pé para o hotel (se tem algo que eu amo é caminhar na madrugada...)

08/04 – (quinta-feira) – 6h30 acordada pelas araras... ai, que delícia!
(continua)