25.4.10

Diário de Bordo: Alta Floresta/MT e Festival de Teatro da Amazônia Mato-grossense

de 5 a 12 de abril estive visitando um cantinho do Brasil que ainda me era desconhecido: Alta Floresta, extremo norte do Mato Grosso, um cantinho de floresta amazônica! nem preciso dizer que é tudo lindo por lá... e obviamente o melhor não foi registrado pelas lentes: a revoada de araras às 6h30 da manhã, os macaquinhos brincando nos galhos, sons, sons, sons e sons da floresta... a jibóia do orquidário, a revoada de garças às 6h30 da tarde, a arara e o casal de porquinhos da índia do orquidário, a nuvem de pirilampos, cheiros, cheiros, cheiros e cheiros da floresta...
e não é só de paisagem que se faz as lembranças: tudo isso ficou na memória junto aos novos amigos... e muita arte!

minha viagem foi a trabalho: participei com o Núcleo de Fazimento da Cena, do Festival de Teatro da Amazônia Mato-Grossense que aconteceu de 06 a 10 de abril, ministrando um curso de dramaturgia! foi uma experiência fantástica!

meus agradecimentos ao Teatro Experimental de Alta Floresta (organizadores do festival), minhas saudades a Joezer, Luciana, Hélvio Tamoio, aos grupos participantes: Cia Teatral Atos & Cenas (Lençóis Paulista/SP), Cia D'artes do Brasil (Chapada dos Guimarães/MT), Cia. Thereza e João (Cuiabá/MT), Cia. Pessoal de Teatro (Cuiabá/MT), Território Sírius de Teatro (Salvador/BA), Troupp Pas D'Argent (Rio de Janeiro/RJ).

e agora vamos às narrativas:

Diário de Bordo
05/04 (segunda-feira): cheguei a Alta Floresta no dia 5 (segunda-feira) quase meia noite, depois de passar um dia todo viajando! de Araraquara a São Paulo - da rodoviária ao aeroporto - de São Paulo a Cuiabá - conexão - de Cuiabá a Alta Floresta (com pouso em Sinop)... ufa!!

06/04
(terça-feira): como a abertura do festival só seria a noite, tivemos um dia free... descobri o suco de cupuaçu logo no café da manhã e conheci Jú, Tati e Paulinho da Cia. Pessoal de Cuiabá que já haviam chegado! fomos todos nós mais Hélvio na loja de paisagismo onde recebi uma super aula sobre orquídeas, conheci uma jibóia, uma arara - que estava lá para se recuperar depois de sofrer maus tratos - e ouvi muitos causos do Hélvio e do Paulinho... causos do interior (de São Paulo e Mato Grosso).
a tarde, eu e Tati resolvemos fazer a trilha do hotel! vencido o medinho incial (graças ao Luís - funcionário do hotel que nos acompanhou na trilha!!), nos aventuramos pela floresta! foi demais!! os sons e os cheiros da floresta! não tenho palavras para descrever.

(continua...)

16.4.10

to write or not to write?

tanto a dizer, tantas aventuras para contar... mas cada vez mais o mundo descobre a net como forma de curriculo... daí, uma vírgula que você escreve fora do lugar vira um testemunho duvidoso sobre sua pessoa! ai, ai... uma pena, as linhas não comportam o tom do discurso, uma piada pode ser mal interpretada e pronto você passa de mocinho a vilão, de respeitável profissional a pessoa fútil em poucos caracateres!!
já aconteceu uma vez... tive que responder sobre um comentário feito neste blog, mas não dei muita importância porque a situação foi meio absurda! mas um dia me peguei julgando pessoas pelo que escreviam em suas páginas pessoais, avaliando trabalhos artísticos pela net e pronto... pesou a responsa sobre o que falar! aliás, ando em dúvidas até sobre o que fazer!!! o mundo está cada vez mais existencialista (e ninguém está percebendo), você vale pelos seus atos (mesmo que o ponto de vista dos outros esteja completamente equivocado)! o mundo move pecinhas... você como pião aponta a estratégia das peças grandes, e mesmo estando ali só para morrer... faz parte do jogo! como não ser pião? construindo o próprio jogo! se é assim, preciso arrumar as malas e seguir para o meu tabuleiro, que não é este onde estou, com certeza....

daí, tenho dois diários de bordo, de dois eventos muito legais que queria muito deixar registrado e dividir com meus leitores, mas... serei facilmente rastreada pelos saites de busca, então... como contar a baladinha que mesclou-se ao trabalho sério?! as pessoas entendem que depois que desce o pano você tem vida pessoal?!
é... acordei em crise de novo!
e a livre expressão custa caro, muito caro....

2.4.10

feriado "guardado"

olá feriado santo!
quando eu era criança, meu pai dizia que esse feriado de hoje era para ser "guardado". não podia trabalhar de jeito nenhum e que, na época da minha avó, a comida tinha que ser preparada no dia anterior, pois era "pecado" até cozinhar... era uma época onde os únicos verbos permitidos eram: "guardar" e "rezar"!
eu me lembro ainda, que minha avó colocava o bacallhau de molho na quarta... e passava a quinta trocando água e desfiando bacalhau... "portuguesa com certeza" preparava a melhor bacalhoada que eu já comi... cheia de azeitonas pretas (que eu chamei por um bom tempo de jabuticaba! rs...) e muita cebola... hum!
meus primos (por parte de pai: Péricles, Kátia e Percy) eram bem mais velhos que eu, portanto eu era o mimo da família (é... dá para entender porque eu preferi por muito tempo essa família - do lado da minha mãe eu era a mais velha e além de não ter ninguém para brincar, ainda sobrava um momento fralda pr'eu acompanhar! chato... rs!!) na avó portuguesa, eu vivia andando de cavalinho no meu primo mega alto que me permitia bater a cabeça no teto ou pintando as unhas e secando na luz especial que minha prima usava no curso de odontologia (e como era criativa, descobriu mil outras utilidades para ela! rs...) foi em um desses dias de páscoa que eu ajudei minha prima a terminar um quadro do Peninha, personagem da Disney, sabe?!? era o ídolo dela, ela era hippie! tinha cada roupa legal e eu podia experimentar todas!!...
eu ganhava ovos de todo mundo... ai, ai... muito chocolate mesmo!
e quase sempre esse feriado ficava perto do meu aniversário, portanto, como meus primos (os outros dois que não faziam odontologia! rs!) e meus tios moravam em outra cidade... também era o feriado dos presentes! portanto... para mim existia outros verbos nesse feriado santo: "ganhar", "brincar", "pintar", ai... tantos outros!
era uma felicidade só, mas hoje, desconfio que outros muitos verbos eu jamais cheguei a perceber que existiam... desses personagens, só eu estou aqui para contar essas história... todos já se foram... todos guardavam coisas estranhas dentro de si... e foram vítimas delas...
enfim, para lembrar de todos eles, eu resolvi contar neste blog... e agregar outros verbos a essas lembraças... que hoje vieram "aflorar" e não quiseram mais permanecer "guardadas"....